Por Maurício Palma Nogueira
Com cerca de 154 milhões de hectares, a área de pastagens no Brasil ocupa pouco mais de 18% do território do país.
A área cadastrada no CAR (Cadastro Ambiental Rural) é maior, conforme dados analisados pela Embrapa Territorial. Os dados informados pelos produtores consideram pastagens tomadas por invasoras, já em estágio avançado de regeneração. Não há, portanto, inconsistência entre ambos os dados, visto que as informações são trabalhadas de forma diferente.
Conforme tem sido divulgado pela Athenagro, e pelo Rally da Pecuária, a produtividade da pecuária aumentou 190% a partir de 1990. Caso a produtividade não houvesse aumentado, os brasileiros precisariam de uma área de 447 milhões de hectares para produzir a mesma quantidade de carne bovina que foi produzida em 2022.
Se fosse assim, ao invés dos 18%, as pastagens ocupariam 52% do território brasileiro.
Esse é um dos benefícios socioambientais da ciência aplicada no campo. O conceito é chamado de efeito poupa terra e foi introduzido por pesquisadores da Embrapa, em estudo coordenado pelo Doutor Geraldo Bueno Martha Junior. Para o estudo, os pesquisadores usaram dados censitários e concluíram que a produtividade – e não a expansão territorial – explica o avanço da pecuária brasileira.
Anualmente, a Athenagro tem atualizado os dados a partir do acompanhando das informações de mercado. Os dados de 2022, em detalhes, serão publicados no Beef Report da Abiec, que já está em execução.
Maurício Palma Nogueira é engenheiro agrônomo, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária