Por Maurício Palma Nogueira
Mesmo partindo de uma base numérica maior, os produtores de maior nível tecnológico vêm aumentando a produtividade em ritmo superior aos demais. Os dados são do Rally da Pecuária, avaliados a partir de 2016, considerando as médias das edições de 2019 a 2021, contra as médias das edições de 2012 a 2015.
Foram analisados o público médio do Rally da Pecuária e os grupos fracionados e divididos em 4 quartis. O primeiro quartil refere-se aos 25% mais produtivos, enquanto o quarto quartil refere-se aos 25% menos produtivos.
Vale ressaltar os cuidados que devem ser levados em consideração quando as análises são feitas em porcentagem. Há uma aparente contradição entre os dados, visto que entre 2016 e 2021, a produtividade média do púbico pesquisado pelo Rally da Pecuária aumentou 7,5% ao ano, enquanto o primeiro quartil registrou aumento de 4,5%, sendo o grupo que mais avançou anualmente em produtividade.
Na média das últimas 3 edições, a produtividade do primeiro quartil foi de 38@/ha/ano, enquanto a média geral ficou em 11,8 @/ha/ano no mesmo período. Sendo assim, em arrobas (15 de carne com osso), a produtividade vem aumentando cerca de 0,9@/ha ao ano na média do público, enquanto o primeiro quartil vem registrando aumento de 1,7@/ha ao ano.
Também é importante frisar que não se tratam dos mesmos produtores. Embora o perfil do público seja o mesmo, anualmente são entrevistados produtores diferentes.
A mesma observação pode ser feita em relação ao quarto quartil, os menos produtores. Não se trata de um grupo cuja produtividade vem caindo, mas sim do perfil médio de produtividade encontrado a cada edição. A diferença entre produtividade do primeiro para o quarto quartil vem aumentando, o que reforça a ocorrência do processo de intensificação. A diferença na produtividade, que era de 31 @/ha/ano em 2016, é atualmente de 34@/ha/ano.
Maurício Palma Nogueira é engenheiro agrônomo, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária