No acumulado de 2021, os custos de produção da pecuária de corte aumentaram na ordem de 10% a 20% nos pacotes de tecnologias mais baixas e cerca de 30% nos sistemas mais produtivos. A análise levou em consideração o ciclo completo.
Quanto maior é o pacote tecnológico, mais o produtor fica exposto ao mercado de grãos e às cotações do dólar, 10% mais altas em relação ao mesmo período de 2020. Nos primeiros seis meses do ano, a cotação média dos componentes de uma dieta de engorda está 77% acima do registrado no mesmo período de 2020.
Na comparação com o mesmo período, as cotações do boi estão 50% mais altas em 2021.
A análise de resultados em uma propriedade precisa ser feita com muito rigor e muita cautela, de forma a evitar que decisões mal elaboradas sejam implementadas.
Projetando custos e receitas com base na expectativa atual de mercado até o final do ano, os resultados tendem a melhorar entre 60% e 130% nos níveis mais baixos de tecnologia. Os preços mais elevados do gado com pouco uso de insumos aumentam significativamente os lucros esperados.
Mas a alta tecnologia também deve proporcionar resultados melhores em 2021. No entanto, os lucros registrados serão cerca de 50% superiores aos registrados em 2020, imaginando as mesmas condições de desempenho técnico e administrativo.
Um dos erros mais comuns cometidos no campo em termos de estratégias de produção acaba sendo embasado em análises como a apresentada no parágrafo anterior. Embora esteja correta, o foco na comparação porcentual pode representar uma armadilha na conclusão.
Fazendo o mesmo cálculo com base em reais por hectare, os resultados de 2021 tendem a ser entre R$220/ha e R$730/ha melhores do que os registrados em 2020, considerando as situações de tecnologias mais baixas.
Nos níveis mais altos de tecnologia, o aumento de 50% nos resultados representam de R$1.200/ha a R$2.930/ha a mais, quando comparados ao registrado em 2020.