Por Maurício Palma Nogueira
Um dos benefícios do aumento na eficiência das cadeias produtivas para a sociedade é o aumento do poder do consumidor na compra dos alimentos. No caso das carnes, nos últimos 50 anos, os preços médios pagos pelos consumidores recuaram 69% para a carne suína, 73% para a carne de frango e 32% para a carne bovina. Ao longo dos anos, as diferentes moedas e inflação foram corrigidas pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – disponibilidade interna), calculado pela Fundação Getúlio Vargas. Qualquer outro indicador que fosse usado chegaria ao mesmo comportamento comparativo, embora os valores finais fossem diferentes dos apresentados aqui.
Voltando ao raciocínio.
Quando se analisa os preços recebidos pelas indústrias, o comportamento das carnes de frango e suína é muito semelhante ao observado para os consumidores. No mesmo período, os preços para as indústrias recuaram 77% para a carne de frango e 71% para a carne suína. As diferenças entre as quedas às indústrias e aos consumidores são de 2 e 4 pontos percentuais, respectivamente, para as carnes suína e de frango.
No caso da carne bovina, no entanto, essa mesma diferença aumenta para 22 pontos percentuais. Enquanto os preços recuaram 32% para os consumidores, as indústrias registraram uma queda de 54% nos preços médios recebidos pela carne bovina no período.
Em outras palavras, para a carne bovina, o setor varejista tem repassado ao consumidor final proporcionalmente menos os benefícios dos ganhos em eficiência do setor produtivo.
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Maurício Palma Nogueira é engenheiro agrônomo, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária