Parte dos pecuaristas brasileiros tem reformado a pastagem quando esse tipo de investimento não é necessário, segundo avaliação de Jairo Guida Filho, supervisor de pesquisa da Heringer¹.”Reforma-se o pasto quando já não há mais a plantação principal, pois reformar é plantar outra vez”, define. A afirmação foi feita em palestra no Circuito Rural – Rally da Pecuária 2015, evento promovido pela Agroconsult e pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), em Dourados/MS).
Dados do Rally da Pecuária indicam que apenas 3% das pastagens analisadas no País realmente necessitam de reforma. “Já a média de reforma dos pecuaristas entrevistados é de 14%. Isso significa que estão gastando mais com essa intervenção do que é necessário”, afirma Mauricio Nogueira, coordenador da expedição pecuária. Pastagens em condições favoráveis podem ser melhoradas com outras técnicas mais baratas, como a adubação e a calagem, a depender dos problemas de cada região. Caso uma mesma propriedade apresente pastagens que necessitem de reforma e outros pastos em que a qualidade das gramíneas é melhor, Guida Filho, da Heringer, defende que os criadores devem começar a intervir pelos pastos de fácil recuperação. “No aperto (financeiro), o pecuarista deve começar a trabalhar o pasto em melhores condições. Como a reforma demora muito tempo, ela deve ser feita quando o produtor apresentar caixa mais confortável”, afirma. Se a reforma for necessária, Guida Filho afirma que pecuaristas devem estar atentos a uma série de fatores na hora de escolher sementes, tais como a topografia do terreno, a suscetibilidade à erosão, a deficiência ou excesso de água e a textura do solo. O representante também afirma que é preciso dar preferência a espécies locais.
Fonte: Renato Oselame* – Agência Estado
(*O jornalista viajou a convite da Agroconsult)
¹ Fertilizantes Heringer – Patrocinador oficial do Rally da Pecuária 2015