Por: Pamela Perrupato.
A produtividade da pecuária brasileira aumentou 170% em 30 anos, resultando em uma economia de 286 milhões de hectares que seriam necessários para a produção de carne. Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, explica como o setor está combatendo a desinformação e ajudando a preservar o meio ambiente.
A pecuária brasileira tem contribuído significativamente para a preservação do meio ambiente, evitando o desmatamento de 286 milhões de hectares nos últimos 30 anos. Esse dado impressionante foi destacado por Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro. Segundo ele, a área destinada a pastagens no Brasil diminuiu em 16% entre 1990 e 2023, enquanto a produtividade de carne bovina por hectare aumentou em 170%.
Se os níveis de produtividade tivessem permanecido os mesmos de 1990, seriam necessários 440 milhões de hectares para atender à demanda atual de carne, o que corresponde a mais da metade do território brasileiro. Nogueira ressaltou que esse avanço, conhecido como “efeito poupa-terra”, foi fruto de melhorias nos sistemas de produção.
“Sem esse aumento de produtividade, a carne bovina seria um produto extremamente caro e proibitivo para a população”, afirmou Nogueira. Ele explicou que o cálculo do efeito poupa-terra foi inicialmente feito pela Embrapa e continua sendo atualizado com dados atuais sobre produção e pastagens.
Desinformação e impactos no setor
Apesar dos avanços, a pecuária ainda enfrenta o desafio da desinformação, que muitas vezes associa o setor ao desmatamento ilegal. De acordo com Nogueira, essa percepção incorreta se baseia em “meias verdades”, pois embora áreas desmatadas muitas vezes sejam ocupadas com pastagens, a relação entre a produção de carne e o desmatamento não é direta.
“As áreas desmatadas são frequentemente ocupadas por pastagens devido ao perfil do produtor ou à falta de alternativas, mas isso não significa que a pecuária seja a causa do desmatamento. Na verdade, a produção de carne aumentou enquanto a área de pastagem diminuiu”, explicou.
Nogueira também destacou que essa desinformação prejudica a captação de investimentos em projetos de recuperação de pastagens degradadas, o que poderia potencializar ainda mais a produtividade e a sustentabilidade do setor. Ele alertou que a resistência de investidores, baseada em informações equivocadas, compromete o futuro das iniciativas de recuperação ambiental, que são cruciais para a preservação dos biomas.
Fonte: Planeta Campo
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