“Os compradores externos consideram Mato Grosso do Sul como uma das melhores regiões para comprar boi a pasto, além oferecer bezerros com mais qualidade e valor”. A afirmação foi feita pelo coordenador do Rally da Pecuária, Maurício Nogueira, durante o lançamento do evento ocorrido na sede do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, na última segunda-feira (4).
A metodologia de pesquisa do projeto inclui 11 estados brasileiros, são eles: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A equipe técnica realiza um circuito de visitas em propriedades rurais para coletar informações zootécnicas, entre elas idade, peso e precocidade do animal, e criar uma aproximação com os produtores responsáveis por 93% do rebanho nacional.
O lançamento foi realizado junto com a 6ª edição do Show da Carcaça 2015, promovida pelo Novilho Precoce de MS – Associação Sul Mato-grossense de Produtores de Novilho Precoce que, junto com a Famasul, apoiou a interlocução dos técnicos com os produtores locais. Na avaliação do presidente da entidade, Carlos Furlan, os resultados apresentados pela equipe traçam a evolução do cenário pecuário no Estado. “O pessoal do rally promove um trabalho muito interessante, por apresentar as dificuldades e avanços do setor e tivemos a oportunidade de observar que nossa produção alcançou destaque nacional em relação a outras regiões”, apontou.
Na avaliação do presidente da Famasul, Nilton Pickler, o Estado deve alcançar nos próximos anos números cada vez melhores, em função da tecnificação e qualidade dos animais. “Mato Grosso do Sul possui o 4º maior rebanho bovino do país, com 21,5 milhões de cabeças, e a cada ano cresce mais o número de abate em menor número de tempo. Isto ocorre porque nossos produtores investem em tecnologia, precocidade e melhoramento das matrizes,”, argumentou.
Segundo o coordenador do rally, Maurício Nogueira, durante 36 dias é feita a pesquisa de campo anual nas propriedades de diferentes regiões do país. Aqui no estado, o percurso durará seis dias, período em que serão visitados 50 pastos e entrevistados entre 12 e 15 produtores. “Desde o início do programa visitamos o Estado que possui algumas particularidades como o Pantanal que requer uma avaliação diferente das demais pastagens. A cada edição modificamos a rota para conseguirmos o maior número de informações possíveis sobre a região”, reforçou.
Os principais objetivos dos organizadores são levar informações do campo para o produtor nas áreas visitadas, coletar informações aleatoriamente e depois promover o monitoramento via satélite. Com as entrevistas feitas aos produtores é possível identificar dados zootécnicos que poderão ser utilizados futuramente na melhoria da produtividade. “Nosso principal interesse é promover o diagnóstico do Estado e criarmos um relacionamento com os pecuaristas. Por isso, compilamos os dados encontrados e enviamos um relatório completo ao final da pesquisa. Aqui em MS que os indicadores zootécnicos apresentaram uma melhora significativa”, acrescentou Nogueira. O indicador zootécnico, citado pelo especialista, é uma lista com os dados que definem a produtividade do animal e que avalia o desempenho dentro de uma propriedade.
O método possibilita a avaliação e monitoramento da qualidade do capim encontrado nas propriedades e consequentemente a verificação do processo de degradação das pastagens. Um exemplo do resultado obtido é que a pesquisa constatou que apesar de 50% das propriedades apresentarem algum tipo de degradação no Brasil, somente 3% realmente não tem condições de continuar e deverão ser refeitas. As informações obtidas podem auxiliar os órgãos públicos e empresas a encontrarem soluções que controlem ou modifiquem a realidade destas áreas.
Novidades – O coordenador do projeto revela que o cruzamento das informações obtidas na pesquisa e no monitoramento por satélite aponta diferentes situações. “Quando confrontamos as informações poderemos apontar em quais pastos foram feitos o processo de reforma e recuperação e ainda quantos estão apresentando melhoria ou estão sendo bem manejados. Nossa meta é criar uma base de dados confiável para implantarmos um projeto em fase de desenvolvimento chamado Pasto Sat, no qual será possível realizar o monitoramento mensal das pastagens brasileiras, pensando no formato de safra, a exemplo da agricultura”, concluiu.Fonte da NotíciaSistema Famasul