Por Maurício Palma Nogueira
Com o aumento nos custos de produção, e queda nos preços de venda, as margens do lucro por arroba se aproximam dos patamares mais baixos dos últimos 10 anos.
Depois dos momentos favoráveis entre 2020 e 2021, os resultados na produção pecuária voltam para a curva de tendência observada na série histórica de longo prazo: queda nas margens.
Importante ressaltar que os números, em si, parecem elevados quando avaliados por empresários de outras áreas. Afinal, margens de lucro acima de 15% não são fáceis de serem obtidas.
As margens altas, no entanto, refletem a baixa produtividade média da pecuária nacional.
Por hectare, os lucros operacionais médios do ciclo completo ficaram por volta dos R$500 a R$550 na média estimada para 2022, considerando produtividade de cerca de 4,6@/ha/ano.
À medida que o pacote tecnológico aumenta, a tendência é que as margens por unidade produzida (arroba) se reduzam, enquanto os resultados por hectare aumentam.
Observe que a própria comparação entre as margens da pecuária, com as de outras atividades, evidenciam a tendência do que ocorrerá nos próximos anos. Intuitivamente, os produtores se esforçarão para manter, ou aumentar, a renda da propriedade produzindo cada vez mais por área.
A resposta a todo esse esforço é o aumento da pressão nos preços ao longo dos anos, reduzindo ainda mais as margens e forçando a busca por maiores produtividades.
Desde que não seja interferido por decisões macroeconômicas comprovadamente equivocadas, esse ciclo de aporte tecnológico não cessará.
O relatório cortesia para apoiadores do Rally da Pecuária atualiza essas informações semanalmente.
Tenha acesso a essas e outras informações, responde um dos questionários no site no Rally da Pecuária.
Suas informações individuais serão mantidas em sigilo.
Maurício Palma Nogueira é engenheiro agrônomo, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária