Redução do pacote nutricional e do confinamento devem refletir na piora da qualidade de terminação, afirma AgroconsultAlisson FreitasO peso dos animais abatidos no Brasil pode cair até 1,5@ em 2016, segundo previsão de Maurício Palma Nogueira, coordenador de pecuária da Agroconsult. De acordo com o consultor, a redução do pacote nutricional em função dos altos custos de insumos terá reflexos negativos na qualidade de terminação dos animais. “Provavelmente teremos animais mais jovens indo para a linha de abate, com rendimento de carcaça menor. Com isso a receita das propriedades também deve cair”, destaca.A estimativa foi apresentada em coletiva de divulgação dos resultados do Rally da Pecuária 2016, que percorreu 63 mil km do RS ao AM, entre abril e junho, alcançando um publico de 3.921 pessoas entre pecuaristas e técnicos. A expedição percorreu áreas que concentram 83% do rebanho nacional e 90% da produção de carne do País.
Em relação ao número de abates, é esperada queda em torno de 1%. Já a produção de carne bovina deve recuar 5% em função da redução de consumo e substituição para proteínas mais baratas como carne de frango e de suínos. “Outro fator que deve impactar esse recuo de consumo é o aumento da venda de demais opções proteicas, como ovos e salsichas”, afirma Nogueira.
Confinamento – Um dos reflexos da possível perda de peso dos animais é a redução da intenção de confinamento, de 11% a 15%. A expectativa é de que sejam confinadas 4,6 milhões de cabeças no Brasil neste ano, queda de mais de 580.000 animais em relação aos 5,2 milhões de 2015. No público do Rally, o total de animais confinados deve ser de 490.000 cabeças, ante as 575.000 cabeças terminadas em confinamento em 2015.
Pastagem – A vida útil dos pastos é cada vez menor nas propriedades dos criadores visitados pelo Rally da Pecuária, informou Mauricio Palma Nogueira.
Ele citou erros de manejo como uma das causas da menor longevidade, além da falta de controle de plantas invasoras e de usos equivocados de adubação. Pelo resultado apresentado por Nogueira em sua palestra, a cada seis anos o pecuarista reforma cerca de 14% da área de pastagem, de acordo com a média do público entrevistado pelo Rally.
Embora mais de 51% do público visitado pelo Rally adube os pastos, o consultor afirma que muitos não o fazem da maneira correta. A análise da Agroconsult também observou que a quantidade de plantas invasoras nas pastagens aumentou. O porcentual de pastos com mais de 1,4 planta deste tipo por metro quadrado subiu para 28,6% do total, ante 17,5% no ano passado.
Fonte da Notícia
Portal DBO e Estadão Conteúdo