Por Alisson Freitas
Projeção da consultoria para 2017 contempla animais terminados no cocho e em regime de semiconfinamento
Depois de um início de ano difícil e um primeiro giro apontado por muitos como frustrante, o confinamento deve fechar o ano com saldo positivo. Na projeção da Agroconsult, a expectativa é que o país tenha mais de 5 milhões de cabeças confinadas até o fim do ano.
O grande fator desse resultado é o baixo preço do milho, que desde o início do ano caiu 32%, além da recuperação de preços da arroba no mercado futuro. “Até junho o mercado futuro apontava para uma grande tragédia, mas o cenário mudou completamente desde então”, destacou o coordenador de pecuária da Agroconsult, Maurício Nogueira, durante apresentação dos resultados do Rally da Pecuária 2017, em São Paulo, SP.
O analista também fez questão de ressaltar que não é possível traçar percentuais de crescimento em relação ao ano anterior, uma vez que os números de 2016 ainda são imprecisos e estão sendo revisados.
Entre o público visitado pela expedição, a expectativa é que o confinamento cresça 5,2% neste ano, saltando das 442.186 cabeças terminadas em cocho no ano passado para os 465.375 deste ano.
Além dos confinamentos e boiteis tradicionais, a análise da consultoria também leva em conta o semiconfinamento, também conhecido por Terminação Intensiva a Pasto (TIP). As projeções entre os produtores alcançados pelo Rally apontam para 62.116 animais terminados nesse sistema neste ano, alta de 55% em relação aos 40.085 do ano passado.
“Cada vez mais temos a certeza de que o gado brasileiro será criado no pasto, mas terminado com grãos. Seria um desperdício não terminar os animais no cocho com o volume de produção das últimas safras”, afirmou o analista, que também fez uma ressalva: “Se o pecuarista estiver receoso de terminar seus animais em confinamento, os agricultores mergulharão de cabeça nessa atividade”.
Outros Resultados – A edição de 2017 do Rally da Pecuária percorreu 68.400 km dos principais Estados produtores do país entre os meses de maio e agosto, alcançando mais de 2.000 pecuaristas em visitas técnicas ou em eventos.
Uma das comprovações deste ano foi a redução de produtividade média das fazendas em função da redução do pacote tecnológico. Entre os pecuaristas visitados pelo Rally, a produtividade saiu de 10,6@ por hectare/ano em 2016 para as 8,9@/ha/a em 2017, queda de 18%.
“Infelizmente muitos produtores reduziram seu investimento durante a crise e isso afetará fortemente a sua produção. A queda de receita será bem maior do que os gastos que ele teria com tecnologia”, explicou Nogueira.
Outra constatação foi o aumento no peso médio dos animais estocados, que saltou de 9,8@/cabeça no ano passado para os 10,7/@ neste ano.
Com relação às pastagens, em 2017, dados do Rally apontam que houve aumento na qualidade em relação aos últimos cinco anos, em razão principalmente das condições climáticas, mantendo o índice de apenas 3% de áreas degradadas. Nogueira explica que o aporte ideal para manter o bom nível das pastagens gira em torno de R$ 364/ha para áreas de ótima qualidade e até R$ 3.043/ha para áreas degradadas.
Fonte da Notícia
Portal DBO