Por Camila Turtelli
São Paulo, 05/07/2017 – O plano de erradicação da vacinação do rebanho bovino contra a febre aftosa em todo o território nacional traz algumas preocupações para o setor pecuário brasileiro, como o fortalecimento do controle veterinário necessário sem a imunização, o fim de um importante gerador de dados estatísticos e o orçamento para a implementação do plano.
“Temos uma pequena parcela de produtores com uma maior parcela do rebanho, não vamos correr risco nesse público. Mas devemos perder acesso aos animais nas propriedades mais precárias”, questionou o consultor de pecuária da Agroconsult, Mauricio Palma Nogueira durante o evento. Para o analista, a aplicação da vacina é um importante gerador de dados sobre o rebanho nacional. Como exemplo, é usada pelo setor para calcular o tamanho do rebanho.
Outra questão é o orçamento. Segundo o Ministério da Agricultura, o plano de erradicação da febre aftosa deve ser gerido pelos Estados, no entanto, a distribuição de recursos é por meio do poder federal. Há dúvidas se a União terá condições de manter este financiamento. “Esse é um tema que está na nossa agenda. Devemos reforçar convênios com os Estados, especialmente em regiões de fronteiras, e outras alternativas estão sendo desenhadas com o setor privado”, afirmou o diretor do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Henrique Marques, do Ministério da Agricultura. Sobre o controle veterinário, o Ministério da Agricultura afirma que já está em curso o reforço de mecanismos de prevenção de entrada da doença.
Fonte da Notícia
Estadão Conteúdo