Seguro é estratégico para os pecuaristas

A carne bovina mantém os maiores patamares de remuneração ao produtor. Porém, o setor já projeta queda na arroba a partir deste mês. Como proteção contra a baixa, o contrato a termo tem sido adotado e um tipo de seguro utilizado apenas por cerca de 5% dos pecuaristas é a principal estratégia do mercado, pois permite que o criador seja reembolsado caso o preço caia.

No Confinamento São Lucas, localizado no município Santa Helena de Goiás (GO), esta ferramenta financeira chamada ‘call’ está sendo recomendada pela consultoria aos pecuaristas que pretendem utilizar o boitel. “O produtor hoje tem uma dificuldade com relação a fluxo de caixa, isso muitas vezes o desestimula a fazer operações diretas com a BM&F”, explica a consultora de mercado da Agrifatto, Lygia Pimentel.

“Então, optamos pelo contrato a termo que é a venda antecipada ao frigorífico para que ele [criador] se proteja da baixa. Feito isso, a partir do momento em que o mercado cai, a call, que é variável, fica barata. Ela funciona como um seguro e se o preço da arroba subir, a Bolsa se responsabiliza em pagar a diferença ao pecuarista”, explica.

Para a região de Goiás, a média de valores está em torno de R$ 139,00 a arroba. Neste molde, a especialista afirma que o valor a ser pago pela call ficaria em R$ 0,90 a arroba, podendo variar para cima ou para baixo mediante o fluxo do mercado. A partir do momento em que esta aquisição é feita, o preço da ferramenta passa a ser fixo e o produtor sabe exatamente quais foram seus custos e quanto vai receber no final.

Na prática

O diretor agropecuário do São Lucas, João Danilo Ferreira, concorda com a estratégia da consultora, mas admite que os produtores ainda são muito conservadores e mostram resistência a operações financeiras. “O pecuarista tem receio de travar, parte, por desconhecimento. Ele acha que não vai participar da alta e se os preços subirem, terá uma surpresa negativa. As adesões ainda têm um número pequeno em vista do que deveria ser. Essa é a melhor estratégia porque dilui o risco”, enfatiza o executivo do São Lucas.

Na tentativa de levar mais informações ao setor, Lygia lembra que são realizados treinamentos e workshops no confinamento, além da consultoria caso a caso.

Tanto Ferreira quanto a especialista traçam um cenário de queda para os valores do boi a partir de maio. A consultora acredita que início da seca e o frio devem prejudicar as pastagens e fazer com que o produtor também abata as fêmeas improdutivas, antes da vacinação contra febre aftosa.

Fonte: Nayara Figueiredo*/Jornal DCI

* A repórter viajou a convite da Agroconsult

Fonte da Notícia
DCI

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