Por Alisson Freitas
A pecuária teve um grande salto de produtividade quando os pecuaristas passaram a investir na tecnificação do seu sistema produtivo. Em um momento de alta de preços de insumos e cenário de crise econômica, alguns produtores têm considerado a ideia de diminuir seu pacote tecnológico, visando a economia de gastos.
Segundo Maurício Nogueira, da Agroconsult, o tiro pode sair pela culatra. “Essa atitude gera mais prejuízos do que economia. Mesmo com margens apertadas, se o pecuarista reduzir investimentos, a produtividade também irá cair e a receita ficará comprometida. Não é hora de tirar o pé do acelerador”, destacou o consultor, durante o Encontro Pecuária Eficiente, evento do Rally da Pecuária, realizado na noite desta quinta-feira, 28 de abril, na sede da Famasul em Campo Grande, MS.
Como exemplo, Nogueira destaca a situação do Mato Grosso do Sul, lugar que considera ser o mais complicado para se fazer recria e engorda no Brasil. “O Estado tem o maior preço de bezerro do país, o que faz com que o ágio em relação ao boi gordo seja muito baixo. A única opção para a conta fechar é acelerar esse bezerro e colocar o maior peso possível na carcaça. Para isso é preciso investir em tecnologia”.
Nem mesmo os investimentos mais “modestos” devem ser cortados do orçamento. “Os gastos com sanidade são os menores dentro de uma grande propriedade, porém, se o produtor cortá-los, isso pode comprometer toda a renda da fazenda”, concluiu Maurício Nogueira.
Além de tecnologias e sanidade, o evento também abordou temas como pastagens e o conceito do boi 777, que consiste no ganho de peso de 7 arrobas na desmama, 7 arrobas na fase de recria e mais 7 na engorda. A chave do sucesso dessa metodologia, segundo Diege Loureiro Neto, gerente de negócios Corte da Phibro, é a alimentação das vacas no período dos dois aos sete meses de gestação. “O pecuarista não pode descuidar da alimentação das vacas nesse momento, pois estão sendo formadas as fibras musculares do bezerro, o que indicará o potencial de ganho de peso do animal. Quanto mais fibra, melhor”.Fonte da NotíciaDBO