Veja o que está no caminho entre a carne bovina e a alta de preço
A recessão econômica brasileira tem afetado diretamente o mercado de carne bovina, já que a perda do poder de compra da população enfraquece o consumo. Além disso, a recente alta dos grãos afetou as margens da cadeia produtiva da pecuária e pode levar ao fechamento de novos frigoríficos em 2016, alertam especialistas. Em meio a esse cenário de custos mais altos e consumo mais baixo, há espaço para o preço da carne bovina subir?
Há probabilidade do preço da carne bovina subir, mas para isso é preciso de alguns fatores em conjunção. A afirmação é da sócia-diretora da AgriFatto Consultoria, Lygia Pimentel, que explica:
“A tendência é de que a carne suba, mas para isso os frigoríficos tem que enxugar ainda mais a produção. Se isso acontecer, há possibilidade de novos fechamentos de frigoríficos. Claro que numa escala muito menor do que vimos no ano passado em que houve vários fechamentos. A margem dos frigoríficos não está legal e eles estão tentando aumentar o preço da carne, mas o varejo não está aceitando valores novos por causa da perda de renda do consumidor. Além disso, outra possibilidade de alta é o ritmo das exportações continuar subindo. Na média do ano já temos uma boa alta de preços e o certo é que o preço subisse mais”, explica.
Em dois anos, a carne bovina acumula alta de mais de 30% para o consumidor, de acordo com levantamento da Agroconsult. Para o coordenador de Pecuária da Agroconsult, Maurício Nogueira, é difícil falar em elevação de preços em uma economia tão fragilizada.
“O que é importante ressaltar é que a oferta está aquém do que era esperado porque o pacote tecnológico está reduzindo e tem ainda a influência da seca nas pastagens. Para se confirmar alta de preço, precisa ter dinheiro circulando na economia. O cenário mais provável é queda de margem no setor”, esclarece.
Com margens menores na cadeia produtiva, há muita gente torcendo para que o preço da carne suba no varejo.
“Se isso acontecer não quer dizer que a consequência seja aumento da rentabilidade do pecuarista”, alertou Lygia Pimentel. Para ela, 2016 não é um dos piores anos da pecuária, mas tem sim encolhimento da margem em relação ao no passado porque os custos de produção aumentaram no setor.
Fonte da Notícia
Canal Rural