Espera-se redução de 580 mil cabeças, implicando em queda de 5,2 para 4,6 milhões no volume total terminado em confinamento, segundo o Rally da Pecuária
Em coletiva realizada nesta quinta-feira (30), o projeto Rally da Pecuária, realizado pela Agroconsult, apontou queda de 11% a 15% na intenção de confinamento de gado para 2016. O motivo seria a alta nos preços do milho, causadas pela quebra de safra apontada recentemente.
Caso se confirme, a perspectiva é de redução de 580 mil cabeças, implicando em queda de 5,2 para 4,6 milhões de cabeças no volume total terminado em confinamento no Brasil. Na amostra avaliada nesta edição, o total de animais terminados em confinamento será de 490 mil cabeças, em comparação a 575 mil em 2015.
“Com isso, a tendência é que o produtor entregue uma menor quantidade de animais, represando parte da oferta para 2017”, afirmou Maurício Palma Nogueira, coordenador técnico do Rally da Pecuária. Segundo ele, a projeção de redução no peso médio de abate se aplica mesmo para os produtores que terminarem a oferta em 2016, o que gera piora na qualidade de terminação e grande impacto na receita das propriedades.
Porém, ainda que em cenário de redução da oferta de carne, Nogueira lembra que a definição de preços dependerá também da demanda do mercado, tanto para exportações quanto para consumo interno. “Mesmo que os produtores atam uma quantidade de animais próxima do que era esperado, o rendimento de carcaça por animais abatidos será menor que em 2015”, completa o consultor.
Para o mercado do milho, o Rally acredita que a estabilização só ocorrerá no segundo semestre de 2017, quando a oferta se reequilibrar e os preços recuarem. Segundo André Pessoa, sócio diretor da Agroconsult, a exportação aquecida do milho é a principal responsável pela alta de mais de 40% dos preços no mercado interno.
O estudo também observou que entre 15% a 20% dos pecuaristas que trabalham com o maior nível de produtividade no público avaliado pela expedição, serão responsáveis por 45% a 50% da oferta animal em 2016. Isso indica que os preços pagos no mercado tendem a se ajustar aos produtores de maior nível tecnológico, com maior capacidade de resposta.
Com relação às pastagens, o Rally apurou que 3% dos pastos visitados estão degradados e 9% em estágio avançado de degradação.
Fonte da Notícia
EFE: AGRO BRASIL