Referência no agronegócio e na pecuária: conheça Maurício Nogueira

Em “Entrevista com Especialistas”, no site Pasto Extraordinário, Maurício Palma Nogueira relata como a vivência no campo, a lida com o gado e a atividade leiteira influenciaram seu desenvolvimento profissional.

O contato desde muito cedo com a fazenda, a lida com o gado e a atividade leiteira são lembranças que influenciam até hoje o engenheiro-agrônomo Maurício Palma Nogueira. Atualmente, trabalhando como consultor, ele foi recentemente indicado como uma das 100 personalidades mais influentes do agronegócio e da pecuária brasileira, na edição especial da revista Dinheiro Rural.

Já na infância, Maurício ajudava o pai na rotina da propriedade rural da família, localizada na cidade de Casa Branca (SP), na época com 500 hectares. Lá ele ficou por tantos anos que pôde acompanhar todo o desenvolvimento e crescimento da fazenda. Entre 1990 e 2006, a produção de leite passou de 800 litros/hectare/ano para 23,5 mil litros/hectare/ano.

Segundo o consultor, a vivência no campo só fortaleceu ainda mais a sua vontade de cursar Engenharia Agronômica, motivo que o fez deixar Casa Branca para estudar em Piracicaba (SP), na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP). Até 1997, ano de conclusão do curso, Maurício percorreu um longo e importante caminho de dedicação à área e à fazenda da família. Ele conta que a experiência nesse período foi importante para o seu desenvolvimento profissional, principalmente pelas mudanças e novidades no setor.

“Em 1992, meu pai comprou uma pequena semeadora de plantio direto, a primeira vendida em Casa Branca, uma grande novidade na época. Em cima de um trator, com um funcionário na semeadora, provavelmente operei o primeiro plantio direto feito na cidade”, relembra. Ele também recorda que “ter a chance de ver e vivenciar os primórdios da produção no modelo tradicional na década de 1970/1980 e toda a alteração após 1990, com as mudanças na conjuntura e no cenário do mercado, foram cruciais na minha formação”.

Anos depois, as atividades da fazenda foram ampliadas para a agricultura, com projetos próprios ou arrendados, e a área dedicada ao leite foi reduzida. Em 2006, a fazenda produzia 2.800 litros de leite por dia em apenas 40 hectares; tinha 150 hectares de feijão e milho, dos quais 50 eram irrigados, e possuía uma área de 230 hectares de laranja. “A agricultura era arrendada. Infelizmente, com o falecimento do meu pai, a maioria dos meus tios não quis continuar o projeto e o rebanho leiteiro precisou ser leiloado para que se iniciasse a divisão da propriedade”, relembra Maurício.

Referência em consultoria

A experiência como consultor no agronegócio e na pecuária começou logo após a saída da faculdade, na empresa na qual Maurício foi estagiário. Em menos de dois anos de trabalho, ele se tornou sócio da instituição. “Logo que cheguei à empresa, uma grande crise, potencializada pela mudança de mercado, abriu a possibilidade de me tornar sócio precocemente. Foi uma experiência única, que me trouxe ensinamentos e conhecimento em diversos aspectos”, explica.

Em 2008, o consultor saiu da empresa e fundou seu próprio negócio, a atual Athenagro, responsável pela organização e promoção do Rally da Pecuária – maior expedição técnica privada com foco nas condições da bovinocultura no Brasil (saiba mais no box abaixo). Desde então, o engenheiro-agrônomo acompanha e presta consultoria para empresas ligadas ao segmento, analisando cenários e resultados financeiros nas cadeias produtivas de proteína animal.

Quando perguntado sobre como foi trilhar esse caminho de sucesso e se tornar um profissional influente no mercado, Maurício destaca a humildade, nunca subestimar os interlocutores e avaliar e reavaliar sempre o que se está fazendo.

“Aprendi com todas as experiências, negativas e positivas. Procurei sempre observar erros e acertos – tanto os meus como os de outros. Mesmo com alguma experiência, nunca escrevo um texto, relatório ou ministro uma palestra sem me preparar adequadamente. Estou sempre checando e rechecando tudo que fazemos, o que nos obriga a ficar alertas e atentos aos dados e análises produzidos. Nem a segurança, que naturalmente aumenta com a experiência ao longo dos anos, acabou me acomodando”, ressalta.

E acrescenta que “apesar da gratidão em ser considerado referência ou receber homenagens e do envaidecimento, meu principal sentimento sempre foi de responsabilidade. Sinto necessidade de estar à altura e esse sentimento aumenta ainda mais meu rigor com o trabalho”.

Rally da Pecuária 2018

Considerada a maior expedição técnica privada com foco nas condições de bovinocultura no Brasil, o Rally da Pecuária edição 2018 foi o maior em número de eventos e atividades. No total, foram 42 palestras para produtores (12 eventos oficiais com pecuaristas e profissionais do mercado com o tema “Planejamento e foco em ambientes turbulentos” e 30 oficinas de produtividade, encontros e debates) e 158 pastos avaliados.

De junho a setembro, foram percorridos cerca de 60 mil quilômetros e sete equipes técnicas visitaram 70 municípios em 11 estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre). Nas visitas, elas realizaram entrevistas qualitativas e quantitativas com os pecuaristas de propriedades rurais, escolhidas aleatoriamente. A quantidade de animais terminados em confinamento entre os entrevistados foi estimada em 890 mil cabeças, um aumento de 9,5% em relação ao volume confinado em 2017.

Em 2018, o evento teve patrocínio da Corteva Agriscience™ – Divisão Agrícola da DowDuPont, JBS, OCP, Ourofino Saúde Animal, Phibro Animal Health, Santander e Amarok/Volkswagen, com apoio do GTPS – Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, Agrosatélite, Webmotors e FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Segundo Maurício Nogueira, da Athenagro – empresa organizadora do evento ao lado da Agroconsult –, o Rally da Pecuária tornou-se referência e vem obtendo cada vez mais destaque principalmente pela visão, planejamento e resiliência dos envolvidos.

“É um projeto interessantíssimo. Nosso trabalho é organizar e analisar as tendências, humores, expectativas, frustrações, erros e acertos do setor e devolvê-los. Na verdade, aprendo com os produtores e com os técnicos com os quais conversamos no campo. Então, não é o meu conhecimento que volta ao público, mas, sim, o dele próprio”, argumenta.

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Fonte da Notícia
Pasto Extraordinário

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