16/09/2019A produtividade média do público entrevistado atingiu 12,8@/ha/ano, contra uma média nacional de 4,3@/ha/ano, aumento de 2,5@/ha/ano em comparação com a pesquisa de 2018
Uma excelente notícia foi trazida pelo engenheiro agrônomo Maurício Palma Nogueira no programa Giro do Boi desta segunda-feira, 16. A produtividade média do público entrevistado atingiu 12,8@/ha/ano, contra uma média nacional de 4,3@/ha/ano, aumento de 2,5@/ha/ano em comparação com a pesquisa de 2018. A maior expedição técnica privada sobre a pecuária de corte no Brasil, apontou ainda crescimento de 25% na produtividade dos amostrados, totalizando 310 propriedades visitadas de 10 estados e 128 municípios. As sete equipes que saíram a campo percorreram 50 mil quilômetros nesta edição do Rally.
Mas a desigualdade de lucro entre os produtores ainda preocupa o coordenador da expedição e sócio-diretor da Athenagro Consultoria. Fazendas que adotam técnicas de produção chegam a ganhar dez vezes mais que aquelas que adotam pouca ou nenhuma tecnologia. Do total de cerca de um milhão de hectares amostrados no Rally em 2019, apenas 77,5 mil hectares operavam com produtividade acima de 18@/ha/ano. “Se a produtividade é importante para suportar momentos desfavoráveis, acaba sendo mais vantajosa ainda quando o cenário é de preços em alta, como ocorre no atual momento da pecuária”, disse Nogueira.
O especialista em pastagens também disse que está apreensivo com a campanha difamatória contra a pecuária brasileira nas questões ambientais. Um levantamento feito pela Athenagro mostra que se pegarmos os 160 milhões de hectares de áreas de pastagens no Brasil (ciclo completo), somente o nosso país conseguiria elevar de 9kg para 60kg o consumo per capita de proteína vermelha no mundo. “ As áreas de pastos tendem a reduzir no Brasil com o aumento da produtividade e isso já está acontecendo, ou seja, o pecuarista não está desmatando, pelo contrário”, salientou. Ainda sobre a polêmica das queimadas, Nogueira disse que foi comprovado nesta edição do Rally que o pecuarista tem investido mais em pastagens. “Com isso, está tendo mais “massa” de capim nesta época de seca e é um ambiente propício a combustão”, acrescentou.
Maurício Nogueira também destacou alguns pontos observados pelas equipes da expedição por região. No Sul do Brasil, o peso do gado gaúcho, por exemplo, continua o mesmo. A preocupação fica por conta das altas infestações do Capim Anonni, uma espécie de planta daninha que tem diminuído a produtividade dos pecuaristas. No Paraná, a preocupação é com relação a retirada da vacina contra a febre aftosa. Nogueira afirma que não haverá benefício econômico com a medida. No Centro-Oeste, foi registrado um bom otimismo e dinamismo por parte do produtor que não tem medido esforços para aumentar a sua produtividade por área. Na região Norte, a pecuária também está em franca evolução com destaque para a valorização do gado de reposição, principalmente o bezerro. Já no Sudeste, os pecuaristas trabalham no mesmo patamar do ano passado e os sistemas integrados continuam crescendo.