Em entrevista ao Giro do Boi nesta quarta-feira, dia 07, o engenheiro agrônomo esalqueano Maurício Palma Nogueira, coordenador do Rally da Pecuária e diretor da consultoria Athenagro, repercutiu o artigo “Desmatamento ilegal: o agronegócio precisa assumir a liderança”, recentemente publicado por ele.
Para entender a relação entre produtor rural e desmatamento, Maurício buscou os dados oficiais e cruzou todas as bases de informações disponíveis.
“Nós estamos, desde julho de 2019, perguntando para o pessoal que organiza determinado estudo porque que os dados estão entrando em conflito com o histórico do IBGE. Nunca tivemos resposta. A resposta só veio no dia que resolvemos publicar um artigo. Aí recebemos uma resposta agressiva, extremamente soberba e intimidadora.
Diante da postura exagerada dos responsáveis, revisitamos tudo! Reconstruímos toda a nossa base de dados para ver se tinha alguma atualização ou se trazíamos algum erro do passado”, revelou.
“De qualquer forma que você estude, de censo a censo, há um ganho de 150% no nível de produtividade da pecuária.
Quando realizamos o mesmo cálculo para períodos mais extensos, usando outras informações que se comunicam, é possível concluir que de 1990 até 2019, a produtividade na pecuária aumentou 170%. Equivale dizer que nós evitamos um desmatamento potencial de cerca de 250 milhões de hectares.
Ainda durante esse período, mais 60 milhões de hectares começaram o processo de regeneração, consequência da perda de área de pastagens para as invasoras. Esses dados podem ser confirmados juntos a um estudo do INPE, denominado Terraclass. Portanto, são informações que podem ser checadas. A pecuária brasileira, junto com a agricultura que avançou sobre áreas de pastagens, evitou o desmatamento ou devolveu para regeneração cerca de 310 milhões de hectares em quase 30 anos. Essa é a área protegida pela agropecuária brasileira só com aporte tecnológico”, calculou Nogueira.
Assista a entrevista na íntegra:
Fonte da Notícia
Giro do Boi, adaptado pela Athenagro